

A SP-Arte 2025 reafirma seu papel como termômetro pulsante do mercado de arte latino-americano. Realizada entre os dias 2 e 6 de abril no emblemático Pavilhão da Bienal, em São Paulo, a 21ª edição da feira trouxe à tona uma seleção instigante de obras que cruzam o modernismo histórico com as expressões mais urgentes da contemporaneidade brasileira e internacional.


A atmosfera foi de efervescência criativa e negociação intensa: mais de 150 expositores, incluindo galerias consagradas como Almeida & Dale, Mendes Wood DM e Fortes D’Aloia & Gabriel, dividiram o espaço com estúdios de design, editoras e coletivos independentes.
Entre os destaques, o mural de Di Cavalcanti, vendido por cerca de R$ 8 milhões, capturou atenções pela raridade e potência imagética. A obra foi apresentada pela Galatea, que simulou um apartamento para ambientar suas peças em diálogo com design moderno. Do outro lado do espectro, jovens artistas como Rayana Rayo, representando o Nordeste, ao lado de nomes como Tatiana Blass e Maxwell Alexandre, reafirmaram o interesse crescente pela pluralidade de vozes e pela valorização de linguagens diversas no cenário contemporâneo brasileiro.
Outro destaque importante foi a ampla presença de obras de Alfredo Volpi, que teve diversas telas expostas por diferentes galerias, confirmando seu lugar central na história da arte brasileira e a valorização contínua de sua poética geométrica e cromática no mercado atual.


A presença de nomes internacionais, como Damien Hirst e Louise Bourgeois, ampliou o alcance global da feira. Ainda assim, o grande mérito da SP-Arte 2025 foi reconhecer e valorizar as narrativas locais, inclusive através de artistas afro-brasileiros e indígenas, em um movimento que alinha mercado e engajamento social.
A conversa entre Beatriz Milhazes e Tiago Mesquita, parte da Arena Iguatemi, ilustrou como a experimentação formal segue viva na arte contemporânea. Combinando pintura, gravura e colagem, Milhazes resumiu bem o espírito da feira: um lugar onde técnicas e tempos dialogam.
Com maturidade e diversificação, a SP-Arte segue como vitrine incontornável da arte brasileira e seu diálogo com o mundo.



























